Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2020

Versos 143-152

Tal monstro, Graco vence com tridente e túnica, Gladiador que foge no meio da arena Mais nobre que Marcelo ou Capitolino, Que os Cátulos, os Fábios, a estirpe de Paulo E todo o camarote, mesmo que entre todos Juntes o autor do jogo em que ele joga a rede. Que existem outros manes, reinos subterrâneos, Cocito e negras rãs nos abismos do Estige E uma só barca cruza tantos mil num rio Nem as crianças creem, só se não pagam banhos. uicit et hoc monstrum tunicati fuscina Gracchi, lustrauitque fuga mediam gladiator harenam et Capitolinis generosior et Marcellis. 145 et Catuli Paulique minoribus et Fabiis et omnibus ad podium spectantibus, his licet ipsum admoueas cuius tunc munere retia misit. esse aliquos manes et subterranea regna, Cocytum et Stygio ranas in gurgite nigras, 150 atque una transire uadum tot milia cumba nec pueri credunt, nisi qui nondum aere lauantur. Aqui, a mudança de tema confirma que, embora o objeto do poema passe pela sexualidade, ele trata mais amplamente de val

Versos 132-142

'Amanhã Vou cedo a cerimônia, ao vale de Quirino.' 'O que celebram?' 'O quê? Põe véu meu amigo, Muitos não convidou.' Se eu vivo mais, farão, Farão às claras, pedirão que conste em ata. Nesse ínterim, tormento enorme aflige as noivas Pois não podem parir e assim prender marido. O bom é que nenhum poder da alma no corpo Concede a natureza e estéreis também morrem. Não serve Lide inchada co' a caixa de unguento Nem serve dar as mãos a luperco ligeiro. ]‘Officium cras primo sole mihi peragendum in valle Quirini.’ ‘quae causa officii?’ ‘quid quaeris? nubit amicus nec multos adhibet.’ liceat modo vivere, fient, 135 fient ista palam, cupient et in acta referri, interea tormentum ingens nubentibus haeret quod nequeant parere et partu retinere maritos, sed melius, quod nil animis in corpora iuris natura indulget: steriles moriuntur, et illis. 140 turgida non prodest condita pyxide Lyde, nec prodest agili palmas praebere luperco. Nessa parte, Juvenal f

Versos 121-132

Próceres, precisamos de censor ou de áugure? Acaso causa horror, será maior prodígio Mulher parir bezerro ou a vaca um cordeiro? Veste um longo vestido, babados e véus Quem levou sacros bens pendendo em loro arcano E suou sob o escudo ancil. Ó, pai da urbe, De onde vem pena assim aos pastores latinos, De onde, Gradivo, urtiga tal toca teus netos? Varão ilustre em grana e origem dá-se a outro E não agitas o elmo e ao sólio a lança bates Nem reclamas ao padre? Então vai, cede espaço Do campo sério que descuidas. ["Amanhã o proceres, censore opus est an haruspice nobis? scilicet horreres maioraque monstra putares, si mulier uitulum uel si bos ederet agnum? segmenta et longos habitus et flammea sumit arcano qui sacra ferens nutantia loro 125 sudauit clipeis ancilibus. o pater urbis, unde nefas tantum Latiis pastoribus? unde haec tetigit, Gradiue, tuos urtica nepotes? traditur ecce uiro clarus genere atque opibus uir, nec galeam quassas nec terram cuspide pulsas 130 nec quereris patr

Versos 110-120

Nenhum pudor na fala aqui, respeito à mesa, Também da torpe Cíbele, aqui, a boca frouxa Livre, e um velho fanático de alvos cabelos, Chefe dos ritos, raro e memorando exemplo De grande goela, um mestre a ser contratado. Mas o que esperam? Era já tempo que, ao modo Frígio, carnes inúteis cortassem na faca. Graco traz quatrocentos sestércios de dote Ao corneteiro, ou cantou isso em bronze reto: Assinam certidão, felicitam-se, enorme Ceia é posta, a mulher deita ao colo do esposo. hic nullus uerbis pudor aut reuerentia mensae, 110 hic turpis Cybeles et fracta uoce loquendi libertas et crine senex fanaticus albo sacrorum antistes, rarum ac memorabile magni gutturis exemplum conducendusque magister. quid tamen expectant, Phrygio quos tempus erat 115 iam more superuacuam cultris abrumpere carnem? quadringenta dedit Gracchus sestertia dotem cornicini, siue hic recto cantauerat aere; signatae tabulae, dictum 'feliciter,' ingens cena sedet, gremio iacuit noua nupta mariti. 120 Após

Versos 104-109

Próprio de um grande general é matar Galba E da pele cuidar, de um cidadão constante Espólios do Palácio almejar em Bebríaco E passar cataplasma de pão pelo rosto Que nem Semíramis de aljava em mundo assírio Usa, ou triste Cleópatra em seu barco em Ácio. nimirum summi ducis est occidere Galbam et curare cutem, summi constantia ciuis 105 Bebriaci campis solium adfectare Palati et pressum in faciem digitis extendere panem, quod nec in Assyrio pharetrata Sameramis orbe maesta nec Actiaca fecit Cleopatra carina. Nessa passagem, Juvenal se demora na crítica ao comportamento de Otão em relação a seu espelho. É um interessante confronto entre a ideia masculina de imagem, condicionada pelos feitos de general e cidadão, e a ideia feminina de imagem, isto é, a cosmética e os cuidados da pele. Em Otão, ambos os lados se encontram: foi ele quem venceu o combate em Bebríaco, cidade próxima a Cremona, que levou outro candidato a César, Vitélio, ao suicídio; foi ele quem matou Galba, mais um de

Versos 93-103

Um seus cílios, tingidos com fuligem úmida, Conduz na agulha curva e, levantando-os, pinta O olho que treme; um bebe em priapo de vidro E enche uma touca de ouro co' o enorme cabelo, Vestido em um xadrez azul, verde raspado: Seu servo jura pela Juno do patrão. Um segura o espelho, fardo do bicha Otão, Do ator de Aurunca espólio, no qual se admirava Armado, quando erguer mandava os estandartes. Grave-se a ação nos novos anais e em histórias Recentes, um espelho na guerra civil. ille supercilium madida fuligine tinctum obliqua producit acu pingitque trementis attollens oculos; uitreo bibit ille priapo 95 reticulumque comis auratum ingentibus implet caerulea indutus scutulata aut galbina rasa et per Iunonem domini iurante ministro; ille tenet speculum, pathici gestamen Othonis, Actoris Aurunci spolium, quo se ille uidebat 100 armatum, cum iam tolli uexilla iuberet. Res memoranda nouis annalibus et recenti historia, speculum ciuilis sarcina belli. O trecho em questão continua a des

Versos 82-92

Logo algo vais ousar mais feio que essas roupas; Ninguém fica tão torpe de repente: acolhe-te Aos poucos quem em casa põe fitas compridas Na testa e envolve seu pescoço com colares E a Boa Deusa aplaca com ventre de porca E grandes taças. Mas por hábitos estranhos A mulher acossada não passa em tal porta: O altar da deusa é só dos machos: "vão, profanas!" Gritam, "não geme aqui flautista em tuba alguma!" Faziam tais orgias com fachos secretos Baptas bons em cansar a cecrópia Cotito. foedius hoc aliquid quandoque audebis amictu; nemo repente fuit turpissimus. accipient te paulatim qui longa domi redimicula sumunt frontibus et toto posuere monilia collo 85 atque bonam tenerae placant abdomine porcae et magno cratere deam. sed more sinistro exagitata procul non intrat femina limen: solis ara deae maribus patet. 'ite, profanae,' clamatur, 'nullo gemit hic tibicina cornu.' 90 talia secreta coluerunt orgia taeda Cecropiam soliti Baptae lassare Cotyton