Esse trecho figura em muitas discussões teóricas sobre o gênero satírico, dado que é tido como uma das principais exposições metalinguísticas do programa poético de Juvenal. O alvo da sátira são os hipócritas, que aqui são agudamente descritos. Vv. 1-3 Mais além da Sarmácia e do Mar Glacial Quero fugir se coisas moralistas ousa Quem simula ser Cúrio e vive em bacanais. Vltra Sauromatas fugere hinc libet et glacialem Oceanum, quotiens aliquid de moribus audent qui Curios simulant et Bacchanalia uiuunt. O traço da indignação da persona satírica é apresentado no verso 1, antes mesmo de que se conheça o objeto desse afeto: é melhor fugir para os piores buracos que os romanos conhecem a tolerar os hipócritas. A conformação geográfica é um bom ponto de partida para a proposição da sátira, como se pode ver, em Juvenal, também na sátira 10. Deve-se explicar que por Oceanus (que traduzimos como mar , por economia), os romanos nomeavam a extens...
Pobres de nós, nos trazem onde!? Armas além Da costa iverna conduzimos, mal tomamos Britanos e Órcades na curta noite alegres Mas o que faz o povo vencedor em Roma Os vencidos por nós não fazem. ["Um, porém, illic heu miseri traducimur. arma quidem ultra litora Iuuernae promouimus et modo captas. 160 Orcadas ac minima contentos nocte Britannos, sed quae nunc populi fiunt uictoris in urbe non faciunt illi quos uicimus. [ "Et tamen unus A argumentação vem do passado ao presente com um verbo de movimento ( traducimur , que traduzimos por 'nos trazem'): arrastados desse passado, nós (os ancestrais heroicos ou os contemporâneos de Juvenal, somos propositadamente colocados numa ambiguidade) temos que assistir à degradação dos costumes. O cúmulo desse cenário é que os romanos (subentenda-se, os civilizados) dominam os britanos (que são, para o período, o extremo oposto da civilização, o protótipo da barbárie), mas nenhum povo dominado pelos romanos comete as barbaridade...
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